Por: Eu quero investir
O investimento em Fundos Imobiliários é um dos mais populares no Brasil. O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix) já acumula uma alta de mais de 5% em menos de seis meses em 2023, cujo desempenho melhorou a partir do mês de abril, alcançando números ainda melhores, com uma alta de 9,91%.
Paralelamente, muito provavelmente você já deve ter ouvido a expressão de que “o agro é o motor do Brasil“. Ela não é à toa. Afinal de contas, segundo um estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-Esalq/USP), toda a cadeia de atividades do setor é responsável, em média, por 23% da economia brasileira entre os anos de 1995 e 2021, sendo que o potencial do agronegócio é enorme.
Em 2022, a participação no PIB foi ainda maior do que a média histórica dos últimos 28 anos. O Cepea estima que o agronegócio teve uma participação de 24,8% no PIB brasileiro, com um valor estimado em US$ 500 bilhões, equivalente ao PIB argentino.
Agora, imagine combinar dois temas tão populares do Brasil – mercado imobiliário e agronegócio – em apenas um. Isso é possível com o Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro).
Esse tema será debatido no FII Summit, evento gratuito organizado pela EQI Investimentos, que ocorre dias 30 e 31 de maio, de forma online e gratuita. Confira o que pensam os convidados do painel “O Mercado Agro e as alternativas para financiamento pelo mercado de Capitais: Fiagro e CRA“.
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Participam do evento:
Mesmo com ambiente informal, agronegócio tem um potencial enorme
A conversa com os especialistas inicia com uma descrição de André Ito. O CEO da MAV Capital comenta sobre o desenvolvimento do mercado agro nos últimos 20 anos. Ele destaca que este setor ainda tem algumas características mais rudimentares, como ter uma planilha de gastos escrita à mão em uma fazenda gigante, com faturamento na casa de bilhões, com produção altamente tecnológica.
Idalicio Silva entra no debate, afirmando que o tema do desenvolvimento do agro é bastante interessante.
“A gente passou por um aprimoramento dos instrumentos do mercado imobiliário e do agronegócio no Brasil. A gente falava lá atrás que o CRA era o CRI caipira para conseguir explicar o produto. Mas o mercado foi evoluindo e o agro, hoje, consegue se financiar com Fiagro, que é um produto específico. É uma vitória da bancada ruralista do Congresso”.
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“O mercado de falências, aprovado pelo ex-ministro Antônio Palocci, impulsionou o setor agrícola. Testemunhei o nascimento do mercado de CRA [Certificado de Recebíveis Agrícolas], que passou por algumas mudanças em 2015 e 2016, deixando de ser um produto exclusivo de pequenos produtores e investidores profissionais para se expandir para o mercado de varejo“, relata.
Mesmo com a importância do agronegócio para a economia brasileira, Ricardo Prado relata que o agronegócio enfrentava uma carência de financiamento.
“Era predominantemente conduzido por bancos oficiais por meio de operações de crédito normais, com um instrumento de crédito bilateral focado na exportação, mas basicamente era um instrumento de dívida“, explica.
Prado revela que as negociações do agro ainda são bem informais, mesmo que elas estejam na casa dos bilhões, “em que muitos aspectos estão relacionados a famílias e CPFs ao invés de negociações com pessoas jurídicas”.
“O setor agro ainda tem muito espaço para melhorar na parte de governança. O patrimônio do produtor é na casa do bilhão, mas a operação ainda é estruturada no CPF da família. Uma missão das gestoras é saber ler as informações que vêm de forma bastante informal no setor para entender a capacidade de pagamento daquele produtor. Nosso trabalho é cruzar os dados e fazer a checagem, propondo estruturas de investimento que deem segurança para os investidores”.
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Mesmo com esse ambiente mais informal entre os produtores agrícolas, o fundador da Chrimata diz para os investidores ficarem tranquilos, pois os gestores de FIIs Agros e CRAs prezam pela qualidade dos negócios e que o setor agro “prima segurança do business, mesmo que ele seja altamente informal.”
Títulos de investimentos são alternativas empréstimos bancários
Diante dessa informalidade, as linhas de crédito oferecidas aos produtores são semelhantes às disponíveis para pessoas físicas. Nesse contexto, especialistas destacam que o Fiagro e o CRA representam uma excelente opção de financiamento para os produtores e uma oportunidade para os investidores aproveitarem o desempenho do setor agro.
Ito ressalta que o Fiagro oferece uma nova fonte de recursos para os produtores rurais, sem competir com as linhas de crédito bancário já existentes. Ele acredita na importância da intermediação bancária nesse sentido.
Além disso, Ito destaca que o Fiagro permite que os investidores tenham acesso a um setor importante do Brasil que antes não estava disponível, especialmente para produtores que enfrentam dificuldades em emitir CRAs devido ao risco percebido pelas instituições financeiras.
O executivo ainda revela que as empresas estão progredindo em termos de governança e ESG (Environmental, Social and Governance) em relação à informalidade citada anteriormente.
“Apenas estamos arranhando a superfície de um mercado que tem um potencial de crescimento significativo. Mesmo em um cenário de juros altos, daqui a dois ou três anos, quando os juros estiverem em 4%, a tendência é que esse mercado dobre de tamanho”, explica.
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